Nascido e criado na Freguesia do Ó, Donizetti Rocha, mais conhecido como Doni, é artista plástico e encontra nas pinturas o refúgio para os problemas e desafios do cotidiano. Com 62 anos é envolvido com arte desde a infância, e em 2018, teve a oportunidade de expor, pela primeira vez, em casa. E o tema da exposição não poderia ser outro, ‘Sou da Freguesia’.
Durante a mostra, Doni recebeu amigos, familiares e apreciadores de arte. Ainda no evento, o artista foi homenageado recebendo do diretor da Casa de Cultura, um certificado pelo seu engajamento com a Instituição e sua participação com a ‘Sou da Freguesia’.
O evento ocorreu entre os dias 4 e 11 de novembro de 2018, na Casa de Cultura Salvador Ligabue na Freguesia do Ó, com entrada totalmente gratuita.
Doni nos concedeu uma entrevista, falando um pouco mais sobre sua vida e carreira. Trouxe também detalhes acerca de sua primeira exposição na Freguesia que contou com um mix de suas obras mais preciosas em forma de naif, abstrato, surrealismo e mosaico.
Artemídia: Como se deu o seu interesse por arte?
Doni: Comecei a pintar como a maioria, na infância. Lia muito gibi e comecei a desenhar os personagens que conhecia como tio Patinhas, pato Donald, enfim. Isso virou um hábito e eu nunca mais o deixei.
Artemídia: Como você começou a expor?
Doni: Tenho uma oficina que confecciona camisetas com a técnica silk-screen, com o tempo, as telas entopem, então aproveitava o quadro, pregava um tecido cru e fazia uma tela. As telas pintadas começaram a acumular, elas eram pequenas 30x40. Quando comecei a produzir telas maiores, 100x200, apareceu a primeira oportunidade, no Sesc/Glesp, fui indicado por um amigo que falou “Por que você não expõe?”, e assim começou.
Artemídia: Quais são suas referências?
Doni: Meu pai já falecido, era azulejista, eu acompanhava e ajudava no trabalho dele, daí para passar a fazer mosaicos foi uma consequência.
Artemídia: Qual a sua formação?
Doni: Estudei Filosofia na Pontifícia Universidade Católica. Na faculdade tínhamos um grupo de estudo. Estudávamos dadaísmo, uma vertente do surrealismo, mas não estudei precisamente arte, sou autodidata.
Artemídia: Você tem alguma outra ocupação fora a arte?
Doni: Tenho uma oficina de produção de camisetas, onde comecei a produzir estampas e telas. Então quando não estou pintando, estou fabricando camisetas.
Artemídia: Quais são suas inspirações, o que te move?
Doni: Tenho quatro paixões. Filosofia, arte, música e a minha família. Não necessariamente nessa ordem.
Artemídia: O que significa a arte para você?
Doni: As obras estão órfãs, isto é, estão à procura de uma sala, uma parede, um olhar. Alguém que as vejam. Por isso faço o que faço. Para que as pessoas sintam o que eu sinto, quando estou próximo dos quadros.
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